Jayme Ferreira da Silva nasceu e faleceu no Rio de Janeiro. Foi oficial do Exército brasileiro — na época em que foi vereador na Câmara Municipal do Rio de Janeiro (DF) estava na Reserva, como Major. Era um nome notável do meio espírita carioca. Foi participante ativo da Ação Integralista Brasileira, à qual se juntou logo no começo, tendo realizado um intenso trabalho de proselitismo com participação também na Imprensa Integralista, no jornal A Offensiva. Desempenhou, ainda, importantes cargos na hierarquia do Movimento Integralista. Participou do Conselho Supremo, órgão máximo da Ação Integralista.

Após a dissolução de todos os Partidos Políticos por decreto do Ditador, em 1937, continuou trabalhando em favor da juventude na Cruzada Juvenil da Imprensa e no jornal infantil Bataclan.

Quando da reorganização da vida política brasileira, em 1946, foi eleito vereador, desempenhando importante atividade legislativa em defesa da população pobre e desassistida da cidade do Rio de Janeiro, na época ainda capital do país (DF).

Já nas primeiras sessões legislativas da Câmara de Vereadores teve que enfrentar os ataques de alguns de seus colegas de Câmara, os quais nomeia: Agildo Barata (seu contemporâneo na Escola Militar), Otávio Brandão, Pedro de Carvalho Braga, Aloísio Neiva Filho, entre outros membros do Partido Comunista do Brasil, além do jornalista político Carlos Lacerda, antigo militante do Partido Comunista na década de 30.

Como observa o autor, na Introdução do seu discurso na sessão de 9 de julho de 1947, na Câmara de Vereadores, as acusações estão dirigidas à Ação Integralista Brasileira e foram catalogadas em “13 Interpelações”, a saber:

  1. “Integralismo é fascismo?”;
  2. “O Integralismo não é democracia?” e “O Integralismo é antidemocrático?”;
  3. “O Integralismo é antidemocrático porque era favorável ao partido único e ao sistema corporativo?”;
  4. “É ou não é verdade que o Sr. Gustavo Barroso entrou em entendimento com o ministro da Propaganda da Alemanha, Sr. Joseph Goebbels?”;
  5. “Racismo e Integralismo”;
  6. “É ou não verdade que VV. Excelências colaboraram com os alemães no afundamento dos navios brasileiros?”;
  7. “É ou não verdade que o Sr. Miguel Reale publicou uma série de livros nos quais defende: a) o Partido Único; b) cessação da liberdade de imprensa; c) pena de morte; d) sistema unitário, contrariando toda a convicção federalista no Brasil; e) ditadura, dentro da qual o Sr. Plínio Salgado seria o Deus e o Sr. Gustavo Barroso seu Messias?”;
  8. “É ou não verdade que o financiamento da Ação Integralista Brasileira foi feito por meio de uma transação financeira efetuada com o Banco Alemão Transatlântico desta cidade?”;
  9. “Como responde o Integralismo às acusações da ‘Exposição do Tabuleiro da Baiana’?”;
  10. “Enquanto VV. Exªª estavam apodrecendo na prisão, o Sr. Plínio Salgado estava em Lisboa, num cômodo exílio declamando sonetos”;
  11. “Foi ou não foi uma ‘intentona integralista’ o golpe de 11 de maio de 1938?”;
  12. “O Integralismo é extremismo?”;
  13. “V. Excia. é representante do Partido de Representação Popular ou do Integralismo?”.
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Estas interpelações tiveram origem em apartes ou discursos de vereadores comunistas e ex-comunistas como Carlos Lacerda. Na lista de acusadores, detratores e críticos do Movimento Integralista, o autor cita também os vereadores Luiz Paes Leme, Ari Barroso, Tito Lívio, Adauto Cardoso, Osório Borba e Pedro Braga.

Como se vê, algumas interpelações referem-se ao movimento e suas ideias; outras tinham, como finalidade, também atingir a honra e a dignidade de pessoas envolvidas no Movimento Integralista. Entretanto, em discurso na Câmara, a resposta foi tão completa e incisiva que não ensejou a menor contestação por parte dos acusadores nem possíveis réplicas.

Quanto ao aspecto doutrinário, o autor perpassa toda a documentação doutrinária escrita ao tempo da AIB, como também faz referências a documentos publicados posteriormente para fundamentar a ideologia do Partido de Representação Popular, que os seus fundadores pretendiam como continuação do Movimento Integralista.

Obras fundamentais que recomendamos, para elucidação da verdade histórico-doutrinal, com total rigor e autenticidade:

  1. Maria Amélia Salgado Loureiro. Plínio Salgado, meu pai (2001). Edições GRD.
  2. Sacerdos (Cardeal José Freire Falcão). O Homem Integral e o Estado Integral. Uma Introdução à filosofia política de Plínio Salgado (1957). Voz do Oeste (1987).
  3. Plínio Salgado. O Integralismo na Vida Brasileira (1959). Nova Offensiva Edições (2021).
  4. Plínio Salgado. O Integralismo Perante a Nação (1946). Livraria Clássica Brasileira (in: Obras Completas, 9).
  5. Sérgio de Vasconcellos. Integralismo: um novo paradigma (v. 1, v. 2). 2020.
  6. Plínio Salgado. O Livro Verde de Minha Campanha (1956). Livraria Clássica Brasileira.
  7. Maria Amélia Salgado Loureiro. O Integralismo — Síntese do Pensamento Político Doutrinário de Plínio Salgado (1981). Voz do Oeste.
  8. Jonas de Mesquita. Nós, os integralistas — Breve introdução geral ao Integralismo (2021). Nova Offensiva Edições.

A Frente Integralista Brasileira possui também um grande número de artigos digitais, pesquisas, livros e textos elucidativos, disponíveis gratuitamente e para consulta no seu portal online, www.integralismo.org.br. A mesma organização disponibiliza diversos livros e conteúdos audiovisuais.

A importância desta obra que se publica está no fato de que até hoje ela não foi refutada; nenhum argumento ou publicação se fez que pudesse confrontá-la. Entretanto, algumas dessas acusações continuam a ser repetidas por “pesquisadores” — inclusive alguns brasilianistas — superficiais que não se deram ao trabalho de buscar a documentação que poderia tê-los esclarecido.